Todo mineiro exilado aqui nessas terras paulistas sabe muito bem do que estou falando: não se faz pão-de-queijo do lado de cá da Mantiqueira. Essas falsificações de mau gosto (literalmente), vendidas desde as lanchonetes de rodoviária até os cafés mais bundeblanches (ainda postarei sobre a filosofia do bundeblanchismo; por ora, traduzam como “esnobes”) jamais alcançam o sabor e a textura inconfudíveis da legítima iguaria mineira.
A Casa de Pão de Queijo merece uma menção desonrosa pelo pior pão de queijo que se serve por aqui. Aquele seu insosso biscoito de polvilho devia lhe render processos por propaganda enganosa. O único pão-de-queijo minimamente aceitável que encontrei aqui na Paulicéia foi o da Ryco, no Terminal Bandeira.
Esses biscoitões mal feitos de São Paulo – e do resto do país (já os provei de Brasília a Porto Alegre, e é sempre a mesma desgraça) deviam ser proibidos de usar o sacrossanto e intraduzível nome de “pão-de-queijo”. Façam como os hermanos latino-americanos que têm lá os seus arremedos, cada qual com seu nome: chipá na terra de Lugo, pandebono no condado de Uribe. Nunca provei nenhum dos dois, mas estou certo que jamais superarão o bão e véi pãozimdiquêj das Gerais.
Por essas e outras, os produtores de Minas Gerais deveriam procurar registrá-lo como denominação de origem, tal qual o queijo Minas – o qual, à meia-cura, é ingrediente fundamental do bom pão de queijo . Seguiriam, assim, oexemplo dos vinhos de Champanhe, clássico tipo de proteção geográfica que, hoje em dia, é bem regulada no direito comunitário europeu (e se expande por meio de acordos bilaterais).
PS: Há a doutrina de que, nas regiões fronteiriças sob influência mineira – a chamada Grã-Minas – ainda se faz bom pão-de-queijo. Não tenho opinião formada, pois, enquanto em Cruzeiro (SP) o pão de queijo não presta, já comi um razoável vindo de Franca (SP). Acredito que o melhor critério seja analisar o sotaque dos habitantes locais. Se ouvir um “uai”, pode esperar um pão-de-queijo decente.
Etiquetas: devaneios, direito comunitário, minas gerais
02/05/2009 às 001206 |
putz q viadagem!!!!!!
alem d meter o paui na nossa linda bandeira, morre d inveja dos nosso paos de queijos serem meljhores q o d vcs!!
puta cara invejoso, volta pra minas!
02/05/2009 às 001211 |
volta pra minas, seu ingrato!!! vai comer pão de queijo lá, sob aquela bandeira feio q homenageia um bando de caloteiros covardes… bem distante daqueles que lutaram bravamente contra o fascismo e por uma constituição!!!!!!!!!!!!!!!!!
03/05/2009 às 231142 |
Idéia, além o registro de denominação de origem, que tal abrirmos uma casa de pães de queijo (nada a ver com a já existente – por isso as minusculas) na Itália??
Podemos mostrar aos colegas da Bota que o melhor acompanhamento para o capuccino de Santo Eustáquio é a receita da sua mãe!!
Obs: assim como para as lasanhas eu não tenho o menor paladar apurado para pães-de-queijo. Como todos e acho deliciosos. Coisa de sindrome de Garfield.
05/05/2009 às 150316 |
Pão-de-queijo mineiro é imbatível. E sou paulista. ‘Nuff said. 😛
Pelo controle da denominação de origem!
05/05/2009 às 221039 |
Pão-de-queijo mineiro: quem comeu, não esquece jamais.
Só tenho um protesto: a doutrina filosófico-social intitulada “bundeblanchismo”, verdadeira manifestação da Weltanschauung pseudo-civilizatória, abrange muito mais do que o conteúdo semântico da palavra “esnobe” pode exprimir.
06/05/2009 às 001213 |
Sem dúvida, meu caro Patrick. A profunda filosofia do “bundeblanchismo” será mais bem desenvolvida em posts vindouros.
02/03/2012 às 140222 |
Gente….somos tds. BRASILEIROS!!!!cada qual em seu estados!!! e cada qual c/ seu PÃO de queijo,o meu é uma delícia,prá vcs.terem idéia,à cada 15 dias reúno amigos em casa e faço io Meu delicioso PÃO de queijo….e daí? sou paulista da gema,c/td.respeito ao amigo q.diz q.o pão de quiejo mineiro é + gostoso,o meu caro cidadão nunca vai deixar de ser DELICIOSO gde abço à tds!!!